quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Máscara mortuária de Tutankhamon

XVIII  dinastia  (1333-1323 a.C)

O Faraó Tutankhamon, morto aos 19 anos, não foi importante em vida. Mas na morte, passados três mil anos, tornou-se o mais famoso de todos os faraós. Seu túmulo foi o único descoberto em condições próximas às originais. O arqueólogo inglês Howard Carter era o único a acreditar que a tumba poderia ser encontrada. Durante seis anos ele escavou o Vale dos Reis e, por duas vezes chegou a dois metros da entrada da tumba. Em 1922, literalmente bateu os olhos na tumba. Ao acender um fósforo para enxergar na escuridão, vu "o brilho do ouro em toda parte".

A câmara mortuária continha desde cestas de frutas e guirlandas de flores que ainda mantinham as cores, uma cama dobrável, uma caixa de brinquedos  e até quatro carruagens totalmente revestidas em ouro. De fato, o ouro predominava na decoração: sofás em ouro, trono dourado, paredes de ouro, um caixão de quase dois metros de ouro maciço, além da hoje famosa máscara mortuária cobrindo o rosto da real múmia.

Máscara Mortuária de Tutankhamon

Tendo se tornado símbolos do antigo Egito e seus esplendores, a máscara foi encontrada na cabeça da múmia. A riqueza, a suntuosidade e o esmero no feitio fizeram dela uma obra-prima universalmente conhecida.

A máscara, fruto de um trabalho de grande habilidade na ourivesaria, oferece um retrato idealizado do faraó, com traços que revelam o legado artístico da época de Ahhenaton, já terminada, mesmo sendo tratados com maior equilíbrio e elegância, como no caso dos olhos, muito afilados, e dos lábios com o perfil carnoso. Tutankhamon usa os tradicionais símbolos da realeza: o véu nemes, cujas estrias são representadas com marchetaria de lápis-lazúli em ouro maciço, a imagem da naja e do abutre na testa (símbolo das deusas Uadjet e Nekhbet, senhoras do Egito unificado) e a barba postiça que equipara o soberano às divindades.

Veja os detalhes da máscara mortuária:

 

A naja e o abutre, que se erguem ameaçadores na testa do soberano para protegê-lo dos inimigos, são feitos com uma série de pedras duras e massas vítreas coloridas encaixadas no metal precioso. O longo e sinuoso corpo da naja, em ouro maciço desenrola-se acima do nemes com extremo realismo.

 

Os olhos, contornados de azul como as sobrancelhas, são feitos com marchetaria usando a obsidiana (para a íris) e o quartzo (para a órbita). Um pequeno toque de vermelho nos cantos dos olhos garantem, ao olhar fixo do jovem soberano, uma inesperada sensação de realismo.

 

O colar é formado por doze voltas de pequenas pérolas policromadas, das quais a mais externa imita pingentes em formato de gota. O fecho evoca duas cabeças de falcão apoiadas sobre os ombros. A parte posterior da máscara, na altura do dorso, apresenta um longo texto hieroglífico gravado no ouro , que coloca de maneira  ideal os membros do faraó sob a proteção de outras divindades.

Confeccionada em ouro maciço, lápis-lazúli, cornalina, obsidiana, turquesa e massas vítreas. 54 cm de altura.

Strickland, Carol. A Arte Comentada, da Pré-História ao Pós Moderno.  Coleção Folha. Grande Museus do Mundo, Texto Silvia Einaudi. p. 80-1.

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