segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pompéia

À uma hora da tarde de um dia de verão, segundo a testemunha Plínio, o Jovem, o Monte Vesúvio entrou em erupção, vomitando lava e cinzas sobre as cidades de Pompéia e Herculano. Um cogumelo de nuvem negra se elevou a vinte quilômetros de altura. Ao fim do dia seguinte, uma camada de seis metros de cinza e pedra-pomes cobria os habitantes da cidade. Ficaram cobertos – esquecidos – por 1.700 anos, preservando uma incrível quantidade de artefatos, mosaicos e murais praticamente intactos.

Pompéia era uma cidade luxuosa, com uma população de 25 mil habitantes. As escavações científicas, iniciadas em meados do século XIX, revelaram não só objetos triviais como fatias de pão, peixe, ovos e nozes, mas também residências interias com pinturas de naturezas-mortas e paisagens realistas em todas as paredes. Como as casas não tinham janelas, mas se abriam para um  pátio central, os romanos antigos pintavam janelas de faz-de-conta “se abrindo” para cenas requintadas. Esse estilo de pintura em paredes abrangia desde simples imitações de mármore colorido até cenas trompe l’oeil de complexos panoramas urbanos, como se fossem vistos através das janelas imaginárias emolduradas por colunas imaginárias. Os artistas dominavam as técnicas da perspectiva e dos efeitos de luz e sombra, desconhecidos no mundo da arte.  As paredes resplandeciam com vívidos painéis em vemelho, ocre e verde.

Frisa, Vila dos Mistérios, c. 50 a. C., Pompéia

Mosaicos montados com pedacinhos de pedras coloridas, vidro ou conchas (chamadas tésseras) revestiam paredes, tetos e chão. Muitos eram figuras bastante confusas. Num deles, um olho medindo quatro centímetros foi composto com cinquenta cubinhos minúsculos. Era comum ver-se o mosaico de um cachorro nas entradas das casas, com a inscrição Cave Canem (Cuidado com o Cão).

STRICKLAND, Carol. Arte Comentada. Da Pré-Historia ao Pós-Moderno

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