quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Heróis da Alta Renascença: Leonardo da Vinci

No século XVI, a liderança artística chegou a Roma e a Veneza, onde os extraordinários Leonardo, Michelangelo e Rafael criaram esculturas e pinturas com total domínio das técnicas. Sua obra fundiu as descobertas renascentistas de composição, proporções ideais e perspectiva de tal maneira que essa fase ficou conhecida como Alta Renascença (1500-1520).

Leonardo da Vinci

O termo “homem da Renascença” veio a significar um indivíduo de talentos múltiplos, que irradiava saber. Seu protótipo foi Leonardo (1452-1519), que chegou mais perto desse ideal do que qualquer outra pessoa de então e desde então.

Leonardo foi universalmente admirado por sua bela aparência, seu intelecto e seu charme. Sua “beleza pessoal não podia ser maior”, segundo a opinião de um contemporâneo desse homem alto de longos cabelos louros, “de quem cada movimento era a pura graciosidade, e cujas habilidades eram tão excepcionais que ele resolvia prontamente qualquer dificuldade”. Como se não bastasse, Leonardo cantava “divinamente” e “sua encantadora conversação conquistava todos os corações”.

Ávido alpinista, Leonardo adorava escalar montanhas e era também fascinado pelo vôo. Quando via pássaros em gaiola, pagava ao dono para solta-los. Esboços de asas eram frequentes nos cadernos em que projetava os inventos voadores que veio a construir . Ele próprio os experimentava, na esperança de se alçar às alturas. Certa vez escreveu: “Quero realizar milagres”, ambição evidente em suas invenções: uma máquina para remover montanhas, um pára-quedas, um helicóptero, um tanque blindado, um sino de mergulhador.

Leonardo fez mais que qualquer outro para criar o conceito de gênio-artista. Quando deu início ao seu projeto, o artista era considerado um artesão servil. Ao acentuar permanentemente os aspectos intelectuais da arte e da criatividade, Leonardo transformou o status do artista em, segundo suas palavras, “Senhor e Deus”.

Seu brilho tinha uma mácula. O pintor contemporâneo Vasari qualificou Leonardo de “volúvel e cheio de caprichos”. Sua curiosidade era tão onívora que as distrações o atraíam constantemente de um projeto incompleto a outro. Quando foi contratado para pintar um altar, dedicou-se antes a estudar o movimento das marés do Adriático e inventou sistemas de prevenção de deslizamentos de terra. Um padre disse que Leonardo ficou tão obcecado com suas experiências matemáticas “que nem conseguia pegar nos pincéis”.

Menos de vinte trabalhos de Leonardo sobreviveram. Morreu ao 75 anos, na França, onde fora chamado de Fransico I, unicamente para conversar com o rei. Em seu leito de morte, segundo Vasari, Leonardo admitiu que “tinha ofendido a Deus e a humanidade por não desenvolver sua arte como devia”

Carol Strickland. Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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