sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Monalisa ou La Gioconda

Decorou o quarto de Napoleão até ser levada para o Louvre, em 1804. Provocou engarrafamentos de trânsito em Nova York quando 1.6 milhão de pessoas se precipitaram para vê-la numa exposição de sete semanas. Em Tóquio, permitia-se a cada visitante dez segundos para olhar o quadro. O objeto de todas essa atenção foi o retrato mais famoso do mundo a “Monalisa”.

Monalisa, de Leonardo da VinciMonalisa

Históricamente, ela não era uma pessoa importante mas provavelmente, a jovem esposa de um mercador florentino chamado Giocondo (“Mona” era abreviatura de Madona, que quer dizer Senhora). O retrato definiu os padrões para a Alta Renascença em vários aspectos decisivos. O uso da perspectiva com todas as linhas convergindo para um único ponto de fuga atrás da cabeça da Monalisa, e a composição triangular estabeleceram a importância da geometria na pintura. Era diferente dos rígidos perfis dos retratos que haviam sido a regra geral, pois mostrava a imagem numa postura natural, relaxada em três-quartos. Para chegar a esse conhecimento exato da anatomia, tão evidente nas mãos da Monalisa, Leonardo morou num hospital, onde estudou esqueletos e dissecou mais de trinta cadáveres.

Uma das primeiras pinturas destinadas a ser pendurada na parede, a Monalisa realizou plenamente o potencial do novo veículo – a tela. Em vez de tomar como ponto de partida as figuras delineadas, como os pintores costumavam fazer antes da Renascença, Leonardo usou o chiaroescuro (claro,escuro) para modelar as feições por meio de luz e sombra. Começando com tonalidades escuras, ele  construiu a ilusão de feições tridimensionais com várias camadas de vidrado fino semitransparente. (Até as pupilas da Monalisa foram compostas com sucessivas camadas finas de pigmento.) Essa técnica de sfumato apresenta um conjunto, segundo as palavras de Leonardo. “sem linhas ou fronteiras, à maneira da fumaça”. As cores vão do claro ao escuro numa graduação contínua de tinalidades sutis, sem bordas definidas que as separem. As formas parecem emergir das sombras e se misturar nelas.

E ela tem o famoso sorriso. Para evitar a solenidade dos retratos formais, Leonardo contratou músicos e bufões para distrair o modelo. Embora deixasse frequentemente o trabalho incompleto devido à frustração, quando suas mãos não acompanhavam a imaginação, esse quadro foi imediatamente aclamado como obra-prima e influenciou muitas gerações de artistas. Em 1911, um trabalhador  italiano, indignado pelo fato de que o melhor da arte italiana residia na França, roubou o quadro do Louvre para devolvê-lo ao solo pátrio. A Monalisa foi encontrada no quarto  do patriota dois anos depois, em Florença.

Em 1952, havia mais de sessenta versões da Monalisa. Desde a Monalisa de cavanhaque, de Marcel Duchamps, em 1919, até a série em silkscreen de Andy Warhol e à imagem de Jasper Johns em 1983, a Monalisa é não só o mais admirado como o mais reproduzido dos quadros.

Carol Strickland, Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno

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2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Susi!!!
Olha aew, visual novo no Múltiplos Estilos. Confesso que tem um tempinho que tinha vindo aqui, mas fiquei muito feliz em saber que agora estará sempre sendo atualizado. Visitarei com regularidade. Apesar de não ser um grande apreciador de artes, devo dizer que admiro muito essa obra. Parabéns pela postagem.

Susi disse...

Oi Marcelo, enfim, consegui recomeçar as postagens,agradeço sua visita e muito mais seus comentários. Você é o meu TOP Comentarista.
Mudei o visual do blog e agora está mais suave e delicado, assim como manda o tema. Gosto mais assim.Espero que tenha gostado também.
Valeu Marcelo, continue comentando, pois arte tem muito a ver com história e este último eu sei que vc gosta.
abs.