segunda-feira, 1 de março de 2010

Michelangelo

Michelangelo (1475-1564) foi criado por uma ama-de-leite  cujo marido era um cortador de pedra. O menino cresceu interessado em escultura, desenho e arte, apesar das surras que levava para força-lo a uma “profissão respeitável”. Mas o príncipe Lourenço, o Magnífico, da família Médici, reconheceu o talento do garoto e, quando Michelangelo tinha 15 anos levou-o para a corte florentina, onde o tratou como a um filho.

Foi Michelangelo quem mais contribuiu para elevar o status da atividade do artista. Acreditando que a criatividade era uma inspiração divina, quebrou todas as normas. Os admiradores se referiam a ele como “o divino Michelangelo”, mas o preço dessa glória foi a solidão. Certa vez Michelangelo perguntou a seu rival, o gregário Rafael, que vivia cercado de cortesãos. “Onde você vai com tanta gente, tão contente quanto um monsenhor?”  E Rafael, desferiu a resposta: “Onde você vai, solitário como um carrasco?”

Michelangelo se recusava a ensinar aprendizes e não deixava ninguém ficar assistindo enquanto trabalhava. Quando reprovavam o fato de não ter se casado e não ter deixado herdeiros, ele respondia: “Sempre tive uma esposa muito exigente na minha arte, e meus filhos são minhas obras”. Era muito emocional, rude e excêntrico. Só se sentia  feliz quando estava trabalhando ou escolhendo um bloco de mármore na pedreira. Seu humor podia ser cruel: Quando lhe perguntaram porque uma coruja, num quadro de outro artista, era tão mais convincente que os outros elementos, ele respondeu que “todo pintor faz um bom auto-retrato”.

Arquiteto, escultor, pintor, poeta e engenheiro, Michelangelo não conhecia limitãções. Certa vez, quis esculpir um colosso numa montanha inteira. Fez esculturas até sua morte, com quase noventa anos. Suas últimas palavras foram: “Lamento estar morrendo justamente quando estou aprendendo o alfabeto da minha profissão.”

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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