sábado, 29 de maio de 2010

Início da Arte Norte-Americana

O fato de um norte-americano talentoso ter que seguir seu ofício na Inglaterra (Benjamin West) devia-se ao estado atrasado das artes. A maior parte dos colonizadores era de fazendeiros, preocupados com a sobrevivência e mais interessados em utilidade do que em beleza. Eram de origem trabalhadora, dificilmente do tipo que patrocinaria obras-de-arte. A igreja não praticava o patronato, devido à influência do Puritanismo, com seu preconceito contra “imagens sepulcrais”. Não havia grandes edifícios a serem enfeitados nem grande riqueza que comprasse peças de luxo. Prata e acessórios exibiam perícia artesanal, e a arquitetura federal era bonita. Mas a escultura era praticamente desconhecida, com exceção da estatuária para cemitérios.

Os primeiros pintores norte-americanos foram, em geral, retratistas ou pintores autodidatas de tabuletas. Seu trabalho era linear com contornos rígidos e ausência de ponto focal. Não era de surpreender que o retrato fosse a mais procurada forma de arte, já que a política enfatizava respeito pelo indivíduo. Os iluminadores itinerantes, como eram chamados os primeiros artistas, pintavam retratos individuais ou de grupos, sem rostos no inverno e, na primavera,    procuravam clientes e preenchiam os vazios.

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Neoclassicismo Norte-Americano

A fundação da república norte-americana coincidiu com a popularidade do Neoclassicismo.  Por um século, os edifícios oficiais em Washington foram derivações do neoclassicismo.

O fato de o neoclassicismo ter se tornado o estilo  deveu-se  principalmente a Thomas Jefferson, um arquiteto amador. Ele construiu a Universidade de Virgínia à guisa de ensaio clássico. O conjunto incluía uma rotunda à maneira do Panteon e pavilhões na forma dos templos romanos. Jefferson usava as ordens dórica, jônica e coríntia para demonstrar aos estudantes os vários estilos de arquitetura.

Na escultura, as figuras antigas em estilo idealizado, clássico, também estavam na onda. Uma das mais aclamadas obras do século XIX foi a “Escrava Grega” (1843), de Hiram Power, estátua de mármore de uma menina nua acorrentada, que ganhou fama internacional. Horatio  Greenough aplicou a doutrina neoclássica com menos sucesso. O prático público norte-americano riu de sua estátua de um George Washington de peruca, torso nu e sandálias romanas.

O primeiro pintor nascido na América do Norte a receber aclamação internacional foi Benjamin West (1738-1820). Seu trabalho era um somatório do estilo neoclássico. Ficou tão famoso pelas cenas de batalha que se tornou presidente da Academia Real Britânica. West fez toda a sua carreira na Inglaterra, e seu ateliê em Londres era parada obrigatória para os pintores norte-americanos de visita.

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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terça-feira, 18 de maio de 2010

ODALISCA (Parte IV)

 

O nu feminino de Larry Rivers.

 

Gosto de Olympia de Cara Preta, Rivers, 1970 Gosto de Olympia de Cara Preta, Larry Rivers, 1970

O pintor nova-iorquino Larry Rivers, nascido em 1923, fez parte da geração que se seguiu ao Expressionismo Abstrato, que desafiou a recusa  do Realismo por parte da arte abstrata e desenvolveu a arte pop. Rivers combinou  as pinceladas livres, vigorosas do Expressionismo Abstrato com temas de diversas fontes, indo da publicidade às belas artes. A cor, e não o tema, de acordo com Rivers, “é o que tem significado”. Sua versão de “Odalisca” de Manet dá uma nova cara a um conceito com séculos de idade.

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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Leia Também: ODALISCA (Parte III)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

ODALISCA ( Parte III)

Giorgione e seu nu feminino

Vênus Adormecida, 1510 - Giorgione“Vênus Adormecida” (Vênus de Dresden), Giorgione, c. 1510

Staatliche Kunstsammlungen, Dresden. O primeiro nu feminino deitado como tema artístico foi do veneziano Giorgione, um pintor renascentista sobre o qual pouco se sabe. É provável    que tenha pintado “Vênus Adormecida”, em 1510, ano de sua morte precoce, de peste. Diz-se que Ticiano terminou a obra, acrescentando a paisagem arcádica e os panos. É comum ver associados a esse gênero popular de pintura um cenário simples, uma pose relaxada – a mulher recostada sobre travesseiros – e ausência de história. Giorgione era bonito e namorador, grande amante da beleza feminina, no entanto, retrata sua Vênus como uma figura de inocência, sem consciência de estar sendo observada.

Carol. Strickalnd. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno

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Leia Também: ODALISCA (Parte II)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ODALISCA (Parte II)

O nu feminino retratado por Francisco de Goya.

A Maja desnuda, Goya, 1796-98“A Maja Desnuda” Goya, 1796-98 

Goya foi denunciado durante a Inquisição por esta versão “obscena”, atualizada apresentando nudez frontal total. O título quer dizer “coquete nua”, e a imagem totalmente erótica de Goya causou furor na recatada sociedade espanhola. Acredita-se que a modelo é sua amiga e patrona – a aristocrática, porém muito pouco convencional, condessa de Alba. Existe também uma réplica vestida da figura, em pose idêntica, mas esboçada muito apressadamente. Diz-se que Goya a pintou quando o conde estava a caminho de casa, para justificar todo o tempo que tinha passado na companhia da condessa. É provável que Goya tenha se inspirado na versão “Vênus Rokeby” de Velazquez, um nu deitado visto de costas. Embora uma sufragette ofendida tenha cutilado (dado golpes de cutelo) a Vênus de Velazquez, o nu  de Goya é muito  mais sedutor, com a carne suave, macia, contrastando com a pincelada ondeada do lençol de cetim e dos babados de renda.

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Leia Também: ODALISCA (Parte I)

domingo, 9 de maio de 2010

O maior artista do universo

Hoje, dia das mães vou presentear e  apresentar  aos leitores deste blog, o maior e melhor artista plástico do Universo, suas obras são comparáveis às de Michelangelo, David, Rafael, entre outros. Recebi de presente algumas de suas obras, como homenagem ao dia das mães, o que me deixou muito feliz. Este artista é  meu neto André (6 anos). Vejam suas obras e a homenagem recebida. Ganhei uma casa muito linda, um carro (sem rodas), mas um carro, e um coração muito delicado com a dedicatória mais sublime já recebida do artista em questão.

Gostaria que  meus leitores avaliassem e comentassem a qualidade das obras.

 

 

presente 2 dia das mãesCasa

 

presente 3  André

O carro (sem rodas, rs), acho que ele esqueceu!

 

presente dia das mães André

o mais belo, delicado e importante de todos

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sábado, 8 de maio de 2010

ODALISCA (Parte I)

O nu feminino reclinado ou deitado, muitas vezes chamado de Odalisca, segundo a palavra turca que quer dizer menina de harém, é uma figura recorrente por toda a arte ocidental. Aqui se vê como alguns artistas deram seu toque individual a esse tema tradicional.

 

Olympia, Manet, 1863“Olympia”, Manet, 1863 

A “Olympia” de Manet, causou gritaria pública. Com seu olhar audaz, apreciador e traços individualizados, obviamente não era uma deusa idealizada, mas uma pessoa de verdade. Um crítico a chamou de “gorila fêmea”. Outros atacaram a técnica não acadêmica de Manet. “A menos bonita das mulheres tem ossos, músculos, pele e alguma forma de cor. Aqui não há nada” “As sombras são indicadas”, escreveu outro, “por grandes lambuzadas de preto.” A maioria considerou  a sensualidade do quadro imoral. “A arte que desce tanto nem merece reprovação.”

Enormes multidões afluíram o Salão para ver o que estava acontecendo. Depois que a tela foi atacada fisicamente, penduraram-na fora do alcance, por cima de uma porta. Um espectador reclamou: “Mal se sabia o que se estava vendo – um  pedaço de carne nua ou um monte de roupa na lavanderia. “Manet tornou-se o líder reconhecido da vanguarda devido ao succès de scandale de “Olympia”.

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pre-História ao Pós-Moderno

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O tema está dividido em quatro partes, serão publicados individualmente

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Obras sem autoria definida

A maior parte das obras de arte da Idade Média não tem autoria definida. Isso porque, de acordo com a Igreja, o verdadeiro autor era Deus, que, por meio dos seres humanos, expressava suas ideias e vontades.

 

Tapeçaria de Bayeux, final do século  XITapeçaria de Bayeux, século XI, representa a conquista da Inglaterra pelos normandos

Na pintura, destacavam-se miniaturas, ou iluminuras, feitas para ilustrar os manuscritos, tapeçarias e os murais, também chamados de afrescos. Os murais era pinturas feitas nas paredes geralmente retratando cenas religiosas.

Havia também as esculturas que decoravam o interior dos templos.

Nelson Piletti, Claudino Piletti. Thiago Tremonte. História e vida integrada.

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Leia também: Estilo Arquitetônico da Idade Média

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ingres

Jean Auguste Dominique Ingres, aos 11 anos frequentava a escola de arte e aos 17  fazia parte do ateliê de David. O jovem discípulo nunca deixou que suas pinceladas aparecessem, dizendo que a tinta tinha que ser lisa como a “casca da cebola”. Ingres, porém foi além do mestre na devoção aos antigos. Na obra inicial, usou as pinturas de vasos gregos como modelo e desenhou figuras planas, lineares, que os críticos condenaram como sendo “primitivas” e “góticas”.

Então apareceram em cena Delacroix e Géricault campeões da emoção e da cor, em vez de intelecto e perícia no desenho como base da arte. Contra o “barbarismo” desses “destruidores” da arte. Ingres se tornou o porta-voz da ala conservadora, advogando a antiga virtude da qualidade técnica. “O desenho é a probidade da arte”, era seu manifesto. Ele pedia cuidado contra o uso de cores fortes, quentes, para se obter impacto visual, dizendo que eram “anti-históricas”.

A disputa acabou virando xingamento, com Ingres rotulando Rubens, o herói dos românticos, de “aquele açougueiro flamengo”. Ele considerava Delacroix o “diabo encarnado”. Uma vez, quando Delacroix saiu do Salon, depois de pendurar uma pintura, Ingres comentou: “Abram as janelas, está cheirando a enxofre.”. Por sua vez, os românticos chamavam as pinturas de Ingres e sua escola de “desenhos coloridos”.

Ironicamente esse arqueiro defensor da fé neoclássica às vezes se desviava dos princípios de sua devoção. É verdade: Ingres era desenhista impecável, cuja linha intrincada influenciou Picasso, Matisse e Degas. Mas os nus femininos de Ingres estavam longe do ideal grego ou do Renascimento.

Ingres era atraído por exóticos, eróticos como a menina do harém, em “Odalisca”. Os críticos atacaram a pintura pela cabeça pequena e o traseiro anormalmente longo. “Ela tem vértebras a mais”, disse um deles. “Não tem osso, não tem músculo, não tem vida”, disse outro. Sem dúvida, Ingres alongou os membros para aumentar sua elegância sensual.

A Grande Odalisca, Ingres, 1814 “Odalisca”, Ingres, 1814

Ingres pregava a lógica, no entanto, o poeta romântico Baudelaire notou que os melhores trabalhos de Ingres eram “produto de uma natureza profundamente sensual”. De fato, Ingres era mestre em nus femininos. Ao longo de toda sua carreira pintou banhistas, dando à beleza  de porcelana de sua carne um estilo mais suave que o de David.

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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