O fato de um norte-americano talentoso ter que seguir seu ofício na Inglaterra (Benjamin West) devia-se ao estado atrasado das artes. A maior parte dos colonizadores era de fazendeiros, preocupados com a sobrevivência e mais interessados em utilidade do que em beleza. Eram de origem trabalhadora, dificilmente do tipo que patrocinaria obras-de-arte. A igreja não praticava o patronato, devido à influência do Puritanismo, com seu preconceito contra “imagens sepulcrais”. Não havia grandes edifícios a serem enfeitados nem grande riqueza que comprasse peças de luxo. Prata e acessórios exibiam perícia artesanal, e a arquitetura federal era bonita. Mas a escultura era praticamente desconhecida, com exceção da estatuária para cemitérios.
Os primeiros pintores norte-americanos foram, em geral, retratistas ou pintores autodidatas de tabuletas. Seu trabalho era linear com contornos rígidos e ausência de ponto focal. Não era de surpreender que o retrato fosse a mais procurada forma de arte, já que a política enfatizava respeito pelo indivíduo. Os iluminadores itinerantes, como eram chamados os primeiros artistas, pintavam retratos individuais ou de grupos, sem rostos no inverno e, na primavera, procuravam clientes e preenchiam os vazios.
Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.