domingo, 29 de novembro de 2009

A Eterna Pirâmide

A forma da pirâmide é recorrente em diversas culturas através da história, sendo que muitas acreditavam que a própria forma tinha poderes mágicos. Monumentos como os zigurates da Mesopotâmia ou as pirâmides de lado plano do Egito dominavam a paisagem, criando um efeito tão impressionante quanto o trabalho exigido para construí-las.

                     Zigurate 

 

As pirâmides maias, na península de Iucatã, no México, e a pirâmide de vidro, de I. M. Pei, na entrada do Museu do Louvre, em Paris, são apenas dois exemplos da forma piramidal em diferentes épocas e culturas. Será mera coincidência as  pirâmides da Mesopotâmia,  berço da arquitetura, servirem como forma simbólica para os arquitetos do século XX?

 

Pirâmides de Gizé - Egito

 

Pirâmide de Vidro, de na entrada do Museu do Louvre, Paris, França

Strickland, Carol. Arte Comentada, da Pré-História ao Pós-Moderno.

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sábado, 28 de novembro de 2009

Os Primeiros Urbanistas

Usando o tijolo seco como bloco básico da construção, os mesopotâmicos planejaram cidades complexas ao redor do templo. Esses amplos complexos arquitetônicos incluíam não só um santuário fechado, mas também oficinas, armazéns e zonas residenciais. Pela primeira vez a vida era regularizada, com divisão do trabalho e ações coletivas,  como a defesa e os projetos de obras públicas.

 

 Muralhas de Nínive

O palácio de Sargão II, dominando Nínive, cobria mais de cem quilômetros quadrados,  continha mais de duzentos aposentos e jardins, uma bela sala do trono, haréns, áreas de serviço e da guarda. Situado num outeiro artificial de 15 metros de altura, o palácio ocupava cerca de 1.600 metros quadrados da cidade. Seu ponto mais alto era um zigurate (torre em forma de pirâmide), um grande templo de tijolos de sete andares de seis metros de altura cada um, e cada um pintado de uma cor diferente. A imensa altura dos zigurates refletia a crença de que os deuses habitavam as alturas. Foi destruído por volta de 600 a. C.

Representação Artística:  "Cidadela do Rei Sargão II

fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós Moderno.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Berço do Mundo

Os Arquitetos

O rei Nabucodonosor se referiu à cidade da Babilônia como: "O berço do mundo". Essa primeira cidade foi o berço da arte e da arquitetura antigas, bem como o local dos Jardins Suspensos e da Torre de Babel.

Os autores bíblicos viam a magnífica Torre de Babel, de noventa metros de altura, como um emblema da arrogância humana tentando chegar ao céu. O historiador grego Heródoto descreveu-a como um amontoado de oito torres empilhadas, com 12o leões em cerâmica vitrificada vivamente colorida conduzindo a portões de metal maciço. Uma escada em espiral externa levava ao topo da torre, onde um santuário interno continha um sofá e uma mesa de ouro ricamente adornados. Os babilônios diziam que era a câmara em que seu deus dormia.

Torre de Babel 

fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada, da Pré-História ao Pós-Moderno.

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Leia Também: Descoberta da Arte em Caverna

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Monolitos da Ilha de Páscoa

Você tem idéia de como foram feitos os monolitos da Ilha de Páscoa? Naquela época não existiam tratores, elevadores, guindastes imensos e elevadores hidráulicos.

Então como será que os homens pré-históricos conseguiram erguer os monolitos?

No caso do Stonehenge, possivelmente centenas de homens arrastaram pedras de até cinqüenta toneladas por quarenta quilômetros.

O conhecimento mais detalhado sobre uma construção megalítica vem da Ilha de Páscoa, localizada  no sul do oceano Pacífico, na Polinésia oriental, onde descendentes dos povos pré-históricos que criaram estátuas de dez metros demonstraram a técnica de seus ancestrais. Primeiramente, usando picaretas de pedra bruta, entalhavam uma estátua gigantesca de um vulcão extinto. Depois baixavam a estátua até a base do vulcão, onde a colocavam num buraco, na posição vertical, terminavam de esculpir e davam polimento. Faziam então uma moldura de bambu para a estátua, içavam-na com cordas, colocavam num trenó de madeira, e os 180 habitantes transportavam as 25 toneladas através da ilha. Só restava levanta-la e coloca-la sobre a base de dois metros de altura. Como faziam isso? Usando dois postes como alavanca, erguiam a estátua alguns centímetros e enfiavam pedras para manter a inclinação. Repetiam esse processo muitas e muitas vezes, sempre usando pedras, até que, a estátua ficava de pé. Levavam cerca de um ano para esculpir a estátua e duas semanas para coloca-la de pé. Ao fim de certo tempo, seiscentas figuras gigantescas montavam guarda na pequena ilha do Pacífico.

 Monolito Ilha de Páscoa

fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós Moderno.

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            Leia Também:      Stonehenge

Stonehenge

Os primeiros seres humanos saíram das cavernas e se tornaram fazendeiros ou criadores de gado na Era Neolítica, depois de ter garantido o estoque de alimentos, começaram a fazer a primeira "escultura" monumental. Já em 5000 a. C., surgiu uma colossal arquitetura de enormes pedras erguidas em três formas básicas:

  • Dólmen: Consiste em enormes pedras verticais cobertas por uma lage, parecendo uma mesa gigantesca;
  • Menir: Consiste em uma única pedra vertical (o maior tem 54 metros de altura e pesa 350 toneladas);
  • Arranjo circular das pedras: como o Stonehenge.

O primeiro agrupamento de pedras da Inglaterra

Na Idade  Média, acreditava-se que esse misterioso arranjo de pedras era criação de uma antiga raça de gigantes, ou uma feitiçaria do mago Merlin, que as teria trazido da Irlanda. Na verdade, parecia ser um calendário astronômico muito preciso. O anel externo consiste em trilitos, rochas em forma de П como gigantescos portais de granito. Segue-se um anel de pedras verticais menores, como lápides de cemitério, e um anel interno, em forma de ferradura cuidadosamente lascados, de cerca de quatro metros de comprimento. Isolada desses círculos concêntricos, há uma pedra marcando onde o sol se levanta no solstício de verão.

 

Stonehenge

Em Carnac, na província francesa da Bretanha, milhares de megalitos (matacões enormes, em estado bruto, de até quatro metros de altura) se alinham ao longo de muitos quilômetros, sendo que, em cerca de vinte quilômetros se enfileiram em linhas paralelas. A lenda local diz que essas fileiras representam colunas de soldados romanos transformados em pedra pelo santo padroeiro do local. Mais provavelmente, estão associados à adoração do sol ou da lua.

 

Megalitos de Carnac

fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada - Da Pré-História ao Pós-Moderno

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Leia Também: Arte na Pré-História

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Descoberta da Arte em Caverna

Em 1879, Marcelino de Sautuola foi explorar as cavernas da Altamira, acompanhado por sua filha pequena. Como o teto ficava a poucos centímetros de sua cabeça, ele não enxergava o que estava imediatamente acima, mas, da perspectiva da menina, viam-se animais maravilhosos que pareciam corcovear no teto da caverna. Embora Marcelino estivesse convencido de que eram pinturas pré-históricas, arqueólogos céticos declararam que eram forjadas. Somente depois que os franceses descobriram pinturas similares, parcialmente obscurecidas por milênios de depósitos minerais, é que as pinturas de Altamira foram consideradas autênticas. Atualmente, são reconhecidas como um dos mais espetaculares achados na história da arte.

Outro sítio importante de pinturas, em Lascaux, França, também foi descoberto por acaso. Em 1940, dois meninos franceses saíram para passear, e de repente o cachorro que os acompanhava desapareceu. Foi encontrado num buraco que levava a uma caverna coberta de milhares de pinturas e entalhes. Seladas numa câmara de subsolo seco, as pinturas se conservaram praticamente intactas por mais de 17 mil anos. Depois que multidões de turistas visitaram a caverna, o acúmulo de umidade e dióxido de carbono no subsolo provocou o surgimento de fungos nas paredes escondendo as figuras. Desde 1963, as cavernas de Lascaux estão fechadas à visitação pública.

fonte: STRICKLAND, Carol. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós Moderno.

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domingo, 22 de novembro de 2009

A arte na Pré-História

Os humanos andam eretos há milhões de anos, mas só  a 25 mil anos nossos ancestrais inventaram a arte. Em algum momento da era glacial, quando os caçadores e coletores ainda viviam em cavernas, a mentalidade Neanderthal de fazer instrumentos deu lugar ao impulso Cro-Magnon de fazer imagens.

Os primeiros objetos artísticos não foram criados para adornar o corpo ou decorar cavernas, mas como tentativa de controlar ou aplacar as forças da natureza. Os símbolos de animais e de pessoas tinham significação sobrenatural e poderes mágicos.

Escultura

Os mais antigos objetos que chegaram até nós são esculturas em ossos, marfim, pedra ou chifre. Esses objetos eram entalhados (delineando a figura com um instrumento afiado), gravados em relevos profundos, ou esculturas tridimensionais.

 Vênus de Willendorf   

Vênus de Willendorf:  c. 25000-20000 a. C., Museu de História Natural, Viena, Áustria. Esta estatueta feminina é uma das mais antigas figuras humanas conhecidas. Os seios enormes, o ventre protuberante e a cabeça redonda estilizada constituem mais um amontoado de esferas do que uma mulher individualizada. Provavelmente é um fetiche de fertilidade simbolizando abundância.

 

Pintura em Cavernas

Os primeiros "quadros" foram pintados em cavernas, provavelmente  15 000 anos atrás. As pinturas de bisões, veados, cavalos, bois, mamutes e javalis se situam nos recessos das cavernas, longe das superfícies habitadas e da luz do Sol. Os arqueólogos especulam que os artistas criavam as figuras para garantir uma boa caça. Muitos animais aparecem trespassados por flechas, e furos nas paredes indicam que os habitantes das cavernas atiravam lanças nos animais desenhados.

 Cavalo. Pintura em caverna de Lascaux, França

Cavalo

Na criação dessas imagens , os artistas das cavernas usavam carvão para delinear as irregularidades na rocha que se assemelhavam a formas encontradas na natureza. O volume era dado pelas saliências, enquanto as tonalidades emprestavam contorno e perspectiva. As "tintas" utilizadas eram torrões de ocra vermelha e amarela esfarelada até virar pó e aplicada à superfície com pincel, ou soprada através de um osso oco. Os desenhos eram superpostos aleatoriamente, talvez atendendo à necessidade de novas imagens antes de cada caçada. Essas imagens  - sempre figuras de animais - são representadas em perfil bidimensional e parecem  flutuar no espaço, sem qualquer representação do ambiente.

STRICKLAND, Carol, PH.D. Arte Comentada Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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sábado, 21 de novembro de 2009

O nascimento da arte

Da Pré-História à Idade Média

A arte nasceu há cerca de 25 mil anos, quando o subumano homem de Neanderthal evoluiu para o ancestral humano, o homem de Cro-Magnon. O aumento da inteligência trouxe a imaginação e a habilidade de criar imagens esculpidas e pintadas. A arquitetura nasceu com a construção de momentos destinados a rituais.

Durante milhares de anos, acompanhando a ascensão e a queda de cada civilização, essas três formas de arte - pintura, escultura e arquitetura - encarnaram as ambientações, os sonhos e os valores da cultura. Embora os primeiros artistas fossem anônimos, muito do que sabemos sobre as sociedades antigas vem da arte que nos legaram. Os zigurates e os baixo-relevos encontrados nas ruínas da Mesopotâmia e nas pirâmides do Egito dão testemunho de civilizações complexas. A arte grega atingiu o pináculo da beleza quando o respeito pelo indivíduo floresceu em Atenas; as relíquias romanas atestam o poder do maior império no mundo antigo.

Os artistas se especializaram cada vez mais em representar a figura humana em espaços realísticos até a Idade Média, quando a arte mudou radicalmente. Com o triunfo do Cristianismo, o interesse pelo corpo e pelo mundo declinou rapidamente. A pintura e a escultura estilizadas passaram a existir apenas para ensinar religião e adornar catedrais - verdadeiras obras-primas do período medieval.

Entre  25000 a.C e 1400 d.C., a história da arte não é uma história de evolução do primitivo para o sofisticado, nem do simples para o complexo - mas uma história das formas variadas que a imaginação assumiu na pintura, na escultura e na arquitetura.

fonte: STRIKLAND, Carol. PH.D.  Arte Comentada.

 

    • Zigurates: é uma forma de templo, comum aos sumérios, babilônios e assírios, pertinente à época do antigo vale da Mesopotâmia e construído na forma de pirâmides terraplanadas. O formato era o de vários andares construídos um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído — as plataformas poderiam ser retangulares, ovais ou quadradas, e seu número variava de dois a sete.

 

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Como apreciar um quadro

Assim como a música, a arte é uma linguagem universal. Ver uma obra-de-arte é sempre uma experiência agradável, mas aprecia-la integralmente exige certo conhecimento.

É necessário que se tenha algumas informações básicas de maneira simples, com o mínimos de conhecimentos técnicos.  Vamos citar aqui alguns critérios para analisar um quadro.

A Jangada da Medusa, de Théodore Géricault

Cor e Composição

A "Jangada da Medusa"  retrata vítimas de um naufrágio, à deriva, sem comida ou água, no momento em que se avistam um navio ao longe. O pintor representa o momento dramático - o instante em que os sobreviventes recuperam a esperança de salvamento - mas transmite o desespero da situação por meio de uma combinação de truques de pintura. Géricault usa todos os instrumentos do pintor - cor, composição, clima e luz - para representar o tema da luta do homem contra a natureza.

  • Composição. Géricault divide a cena em dois triângulos superpostos. O triângulo à esquerda, definido pelo homem no mastro e as duas cordas, mostra os mortos e os moribundos. O triângulo à direita, cujo pico é o homem de pé abanando com a camisa, é composto por figuras dinâmicas com braços estendidos, indicando a chegada da esperança. A colocação desse triângulo na extrema direita, a direção dos olhares, os gestos e o arranjo do planejamento, tudo isso contribui para o efeito de um impulso para diante e direciona o olhar do espectador ao ponto focal das figuras acenando freneticamente.
  • Movimento. Géricault cria a impressão de movimento contrastando as posturas das figuras. O quadro como um todo parece crescer para cima, partindo das figuras prostradas na parte de baixo à esquerda em direção ao alto do lado direito, onde se concentram as figuras sentadas e de braços estendidos. O homem que acena no alto do triângulo direito é o clímax da atmosfera de renascer da esperança e do movimento de avanço.
  • Unidade e Equilíbrio. Para evitar que os dois triângulos - um de desespero, outro de esperança - cortem o quadro pelo meio, Géricault superpõe os triângulos com figuras de transição aparecendo em ambos. Um braço corta a corda (alinha mais forte do triângulo esquerdo), apontando para o pico do triângulo principal e unificando as duas metades. Os dois triângulos descentrados também conduzem a direções diferentes, um equilibrando o outro.
  • Cor e Contraste Claro/Escuro. Géricault pinta nuvens de tempestade e ondas encrespadas escuras para criar um clima ameaçador. O horizonte - onde se situa o navio - brilha como um farol de salvação. Os fortes contrastes claro/escuro em todo o quadro implicam a alternância das emoções de esperança e desespero.
  • Clima. A miscelânea de linhas dos corpos contorcidos sugere um ambiente de turbulência, adequado ao tema de luta titânica contra os elementos.

A Jangada da Medusa, de Théodore Géricault

Ao olhar para uma obra-de-arte, o espectador deve considerar elementos como esses, que os artistas usam para criar efeitos. Quanto maior a profundidade de pensamento, sentimento, técnica e inventividade o artista coloca em sua obra, mais a obra se revela a um espectador atento. Apreciar a arte é tarefa gradual e infinita. Por isso é que a arte de todas as épocas ainda nos fascina e enriquece.

Fonte: Arte Comentada: por Carol Strickland

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Estilos Múltiplos - História da Arte.

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