Os teólogos medievais acreditavam que a beleza da igreja inspirava a meditação e a fé dos paroquianos. Consequentemente, as igrejas são mais que uma simples reunião de espaços. São textos sagrados, com volumes de ornamentos pregando o caminho da salvação. As principais formas de decoração inspiradora nas catedrais góticas são a escultura, os vitrais e as tapeçarias.
Imagens de umbral, ou de jamba, Porta Real, Catedral de Chartres
Escultura: Longa e esguia
As paredes externas das catedrais contavam histórias bíblicas esculpidas. As esculturas de Chartres, datando do início do período gótico, e as imagens da Catedral de Reims, do alto período gótico, mostram a evolução da arte medieval.
"A Visitação", Catedral de Reims. França
Escultura desenvolvida a partir de figuras rígidas, desproporcionalmente longas, para um estilo arredondado mais natural.
Em Chartres, as imagens de reis e rainhas do Velho Testamento (1140-50) são pilares com formas humanas, alongadas para caber nas estreitas colunas que as abrigam. As linhas do drapeado são tão finas e eretas quanto os corpos, com alguns traços de naturalismo. As imagens do umbral de Reims, esculpidas por volta de 1225-90, foram as primeiras, desde a antiguidade, a ganhar formas completas, de frente e costas. São estátuas quase totalmente destacadas do fundo arquitetônico, sobressaindo em colunas e pedestais. Após a descoberta dos escritos de Aristóteles, o corpo deixou de ser desprezado, passando a ser visto como templo da alma, e os artistas voltaram a representar a carne com naturalidade.
"A Visitação" representa tanto a Virgem Maria como sua parenta Elizabeth apoiadas basicamente em uma das pernas, com a parte superior do corpo ligeiramente voltada uma para a outra. Elizabeth, mais velha, tem a face enrugada, revelando profundo caráter, e o drapeado é trabalhado com mais imaginação.
STRICKLAND, Carol. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno
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