Durante a Renascença, as inovações técnicas e as descobertas de obras-de-arte possibilitaram novos estilos para representar a realidade. Os quatro grandes passos foram a mudança de pintura a têmpera, em painéis de madeira, e afresco, em paredes de alvenaria, para a pintura a óleo em telas esticadas; o uso da perspectiva, dando peso e profundidade à forma; o uso de luz e sombra, em oposição a linhas desenhadas; e as composições piramidais na pintura.
- Óleo sobre tela: O óleo sobre tela tornou-se o meio por excelência na Renascença. Com esse método, um mineral como o lápis-lazúli era moído e o pó resultante misturado a terebintina e aplicado sobre a tela. O aumento das opções de cores, com suaves nuances de tonalidades, permitiram aos pintores representar texturas e simular formas em três dimensões.
- Perspectiva: uma das descobertas mais significativas da história da arte foi o método de criar a ilusão de profundidade numa superfície plana, chamado “perspectiva”, que veio a ser a base da pintura européia nos quinhentos anos seguintes. A perspectiva linear cria o efeito ótico dos objetivos se alinhando conforme a distância por meio de linhas convergentes para um único ponto no quadro, chamado “ponto de fuga” . (No quadro de Mosaccio “O Dinheiro do Tributo”, as linhas convergem para a parte de trás da cabeça de Cristo.) Os pintores reduziam o tamanho dos objetos e apagavam as cores ou borravam detalhes à medida que os objetos ficavam mais afastados.
O Dinheiro do Tributo, de Masaccio
- O uso de Luz e Sombra: O chiaroscuro, que significa “claro/escuro” em italiano, se referia a uma nova técnica para modelar formas em que as mais claras parecem emergir das áreas mais escuras produzindo, na superfície plana, a ilusão de um relevo escultural.
- Configuração em Pirâmide: Os rígidos retratos em perfil e o agrupamento de figuras numa grade horizontal no primeiro plano da pintura deram lugar a uma “configuração piramidal”, mais tridimensional. Essa composição simétrica alcança o clímax no centro como na “Monalisa” de Leonardo da Vinci, em que o ponto focal é a cabeça da figura.
Monalisa, de Leonardo da Vinci
Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.
Terebintina:líquido obtido por destilação de resina de coníferas. Líquido normalmente incolor, mas pode se apresentar levemente colorido por causa de alguma impurezas, com aroma forte e penetrante de pinho. Diluente ideal para tintas destinadas à pintura de óleo sobre tela.É utilizado na medicina e na indústria, como solvente. É usada também para diluir pigmentos, dissolver ceras e limpar pincéis.
Lápis-lazúli: conhecido também como lápis, é uma rocha metamórfica de cor azul utilizada como gema ou como rocha ornamental. O lápis com um polimento adequado pode ser usado em jóias, caixas, mosaicos, ornamentos e vasos. Na arquitetura, foi usado nas paredes e colunas dos palácios e das igrejas. Quando moído e processado, dá origem ao pigmento para a têmpera (método de pintura utilizado por artistas japoneses) e, mais raramente, pintura a óleo.
O pó de lapiz-lazuli, depois de processado para remover as impurezas, e uma vez isolado o componente lazurite, dá origem ao pigmento ultramarine. Este azul livre, brilhante, era um do poucos disponíveis aos pintores antes do século XIX, mas era de alto custo. Quando a pintura de têmpera foi substituída pelo advento da pintura a óleo no Renascimento, os pintores acharam que o brilho do ultramarine ficava diminuído quando moído e misturado em óleo e isto, junto com seu alto custo, conduziu a um declínio constante no seu uso. Desde que a versão sintética do ultramarine foi descoberta no século XIX (junto com outros azuis, tais como o azul do cobalto), a produção e o uso da variedade natural quase cessou, embora diversas companhias ainda a produzam e alguns pintores ainda sejam atraídos pelo seu brilho e pela sua história romântica.
fonte: Wikipédia
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