Se a Monalisa de Leonardo é o retrato mais famoso, seu afresco “A Última Ceia” é a pintura religiosa mais venerada há cinco séculos. Leonardo dizia que o artista tinha dois objetivos: pintar “o homem e a intenção de sua alma”. Aqui ele revolucionou a arte ao captar ambos, principalmente o que ia na alma de cada figura.
Leonardo imortalizou o momento dramático em que Cristo anunciou que um de seus discípulos iria traí-lo e a reação emocional de cada um ao perguntar: “Senhor, serei eu? Através de uma gama de gestos e expressões, Leonardo revelou pela primeira vez na arte o caráter fundamental e o estado psicológico de cada apóstolo. O uso da perspectiva, com todas as linhas diagonais convergindo para a cabeça de Cristo, fixou Cristo no ápice da composição piramidal.
A Última Ceia, Leonardo da Vinci (1495)
Infelizmente, Leonardo não tinha temperamento adequado às exigências do afresco tradicional, que requeria um trabalho de pincel rápido e certeiro, em vez da acumulação de nuances difusas. Em “A Última Ceia”, ele experimentou uma emulsão de óleo e têmpera que não aderiu bem à alvenaria. Leonardo ainda era vivo quando o mural começou a se desfazer. A situação piorou quando o prédio que abrigava o mural foi usado como estábulo e parcialmente destruído na Segunda Guerra Mundial. A umidade acumulada atrás da barricada de sacos de areia que cobria a parede praticamente destruiu o afresco. Atualmente, está sendo restaurado centímetro a centímetro.
Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno
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