Hans Holbein, o Jovem (1497-1543), é conhecido como um dos maiores retratistas de todos os tempos. Assim como Dürer, Holbein misturava os pontos fortes do norte e do sul, unindo a técnica germânica de linhas e precisão realista à composição equilibrada, ao chiaroscuro, à forma escultural e à perspectiva italianas.
Embora nascido na Alemanha, Holbein começou a trabalhar em Basel. Quando a Reforma decretou a decoração “papal” das igrejas, as encomendas desapareceram e ele mudou-se para a Inglaterra. Seu protetor, o erudito humanista Erasmo, recomendou-o ao clérigo inglês Sir Thomas More, com as palavras: “Aqui [na Suíça] as artes estão congeladas.”. O impressionante talento de Holbein valeu-lhe a posição de pintor da corte de Henrique VIII, onde pintou retratos do rei e de quatro de suas esposas.
Henrique VIII, Hans Holbein, 1540
“Os Embaixadores Franceses” ilustra sua técnica perfeita, evidente no padrão linear do tapete oriental e da cortina de damasco, a textura das peles e dos panejamentos, a impecável perspectiva do chão de mármore, o suntuoso vidrado da cor e o minucioso realismo da superfície. O objeto em primeiro plano (um crânio distorcido) e numerosos instrumentos de erudição mostram o pendor nórdico para a parafernália simbólica. Holbein pintava rostos com a mesma acurácia de Dürer, mas, em vez da intensidade dos retratos deste pintor, adotava a expressão neutra característica da arte italiana. O estilo de Holbein estabeleceu os padrões para os retratos, que continuaram a ser a mais importante forma de arte na Inglaterra nos três séculos seguintes.
Os Embaixadores Franceses, Hans Holbein, 1533
Retrato de dois “homens universais” expressa a versatilidade da época. Objetos como o globo, o compasso, o quadrante solar, um alaúde e um livro de orações ilustram a gama de interesses, da matemática à música, Holbein explorou amplamente todas as técnicas descobertas na Renascença: as lições de composição anatomia, representação realista das formas humanas através da luz e da sombra, da intensidade das cores e da impecável perspectiva.
Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.
- Panejamento: O termo é usado para nomear a representação dos tecidos que vestem as figuras pintadas ou esculpidas, assim como o caimento, as dobras, pregas e o efeito dos panos que o artista procura reproduzir numa pintura ou escultura.
- Acurácia: Cuidado, esmero, primor, perfeição
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