Caravaggio teve muitos seguidores, chamados i tenebrosi ou caravaggisti, que copiaram suas tonalidades escuras e sua iluminação de pinturas “noturnas”. Entre estes encontra-se a italiana Artemisia Gentileschi (1593-1653), a primeira mulher a ser conhecida e apreciada como pintora. Artista extremamente talentosa, que viajava por muitos lugares e tinha uma vida cheia e independente, coisa rara para uma mulher naqueles tempos. Gentileschi pintou temas feministas no estilo de Caravaggio, jogando a iluminação nas figuras principais contra o escuro quase liso.
Artemísia Gentileschi, auto-retrato, 1615 – óleo sobre tela
Estudante de arte, aos 19 anos Gentileschi foi estuprada por um colega e submetida a um julgamento humilhante, em que sofreu torturas para obriga-la a se retratar da acusação. O estuprador foi absolvido, e ela se dedicou a pintar mulheres em violentas cenas de vingança contra homens. Em “Judite e Criada com a Cabeça de Holofernes”, Gantileschi pintou a heroína hebreia (em cinco quadros diferentes) como um auto-retrato explícito. Tenso uma vela como única fonte de luz, a pintura exala ameaça e terror, mostrando Judite decapitando o lúbrico general babilônico para salvar Israel.
Judite e Criada Com a Cabeça de Holofernes, Artemisia Gentileschi
Carol Strickland. Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno.
Leia Também: Barroco: A Era do Ornamento
0 comentários:
Postar um comentário