Os maneiristas cultivavam deliberadamente a excentricidade de suas obras.Alguns eram igualmente excêntricos na vida privada. Dizia-se que Rosso, que morava com um macaco, um baduíno, desenterrava cadáveres porque o processo de decomposição o fascinava. Seus quadros geralmente têm um aspecto sinistro. Sant’Ana, por exemplo, foi representada por Rosso como uma bruxa desfigurada. Ao ver um de seus quadros macabros, um padre saiu correndo, gritando que o pintor estava possuído pelo demônio.
Pontormo era comprovadamente louco. Hipocondríaco obcecado pelo medo da morte, morava sozinho numa casa exageradamente alta, que ele construiu para se isolar. Seu quarto, no sótão era acessível apenas por uma escada portátil, que ele recolhia depois de subir. Seus quadros mostram sua bizarra sensibilidade. A perspectiva é irracional e as cores – lavanda, coral, marrom, arroxeado, verde-veneno – são instáveis. As figuras em geral têm um olhar selvagem, como se compartilhassem da ansiedade paranóica de seu criador.
Carol Strickland, Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno
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