Em seus últimos anos, Michelangelo dedicou-se à arquitetura, supervisionando a reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma. Em virtude de seu eterno entusiasmo pelo corpo, não admira que Michelangelo acreditasse que “os membros da arquitetura são derivados dos membros humanos”. Assim como braços e pernas flanqueiam o tronco humano, as unidades arquitetônicas deveriam cercar simetricamente um eixo vertical central.
O melhor exemplo desse estilo inovador é a Colina Capitolina, em Roma, o primeiro centro cívico da Renascença. A colina havia sido o coração simbólico da Roma antiga, e o papa queria restaurá-la em sua primitiva grandiosidade. As duas edificações existentes então se situavam, uma em relação à outra, num escrúxulo ângulo de oitenta graus. Michelangelo tirou partido dessa disposição acrescentando outra construção no mesmo ângulo, ladeando o edifício central, o Palácio dos Senadores. Isto feito, redesenhou a fachada dos edifícios laterais de modo a ficarem idênticos e deixou o quarto lado aberto, com vista panorâmica para o Vaticano.
Colina Capitolina, Roma – Itália - obra de Michelangelo
Uma estátua do Imperador Marco Aurélio sobre um piso oval dava unidade ao conjunto. Os arquitetos renascentistas julgavam o oval “instável” e o evitavam, mas, para Michelangelo, a medida e a proporção não eram determinadas por fórmulas matemáticas e, sim “guardadas nos olhos”.
Piazza Campidoglio
estátua do Imperador Marco Aurélio, no centro da Praça
Carol Strickland, Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno
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