Os egípcios acreditavam que o ka, ou força vital, era imortal. Com o objetivo de fornecer um receptáculo durável para o espírito, aperfeiçoaram a ciência do embalsamamento. A preservação do corpo começava com a extração do cérebro do falecido através das narinas, com um gancho de metal. As vísceras - fígados, pulmões, estômago e intestinos - eram removidas e preservadas em urnas separadas. O que restava ficava imerso em salmoura durante um mês, e depois o cadáver em conserva era literalmente estendido para secar. O cadáver enrugado, era então recheado - os seios das mulheres eram estofados -, envolto em várias camadas de ataduras, e finalmente confinado num caixão e num sarcófago de pedra. Na verdade, o clima seco do Egito e a ausência de bactérias nas areias e no ar provavelmente contribuíam para a preservação do corpo tanto quanto este tratamento químico. Em 1881, quarenta corpos de reis foram descobertos, inclusive o do Faraó Ramsés II, que tinha a pele ressecada, os dentes e o cabelo ainda intactos. O monarca de três mil anos de idade, em cuja corte Moisés se criou, era chamado "O Grande", e por boas razões: gerou mais de cem filhos durante seus opulentos 67 anos de reinado. No entanto, quando um inspetor da alfândega examinou os restos de Ramsés II, na transferência da múmia para o Cairo, rotulou-o como "peixe seco".
Cabeça de Ramsés II, Múmia
Strickland, Carol. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós Moderno
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