sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Diadema com Serápide

Diadema provém da zona de Dush, no oásis de Kharga, onde foi erigido um templo para o culto de Ísis e Serápide na época romana. A  joia em ouro constitui, no seu estilo e na sua iconografia, um claro exemplo de produção artística helenística, já distante dos mais tradicionais modelos de representação egípcios. Em torno de uma coroa formada por uma lâmina circular estão dispostos vários grupos de folhas, alternadas em pequenas esferas de ouro, talvez imitação de brotos de flor. Esse motivo vegetal é interrompido na parte frontal do diadema por uma decoração trabalhada em relevo que revela, na escolha do tema, uma referância à cultura egípcia da época ptolemaico-romana. Abaixo de um pequeno oratório, com tímpanos e colunas de capitel coríntio, encontra-se o deus Serápide, sentado ao trono. O culto helenizado de Serápide, derivado do culto ao deus menfita Osorapis (fusão de Osiris com Ápis), foi adotado e difundido pelo faraó Ptolomeu I, provavelmente com intenção de dar um mesmo deus aos egípcios e aos gregos que viviam no Egito. Serápide representa, portanto, um deus híbrido, que reúne em si traços evidentes de diversas divindades como Osíris, Dionísio, Hades e Zeus, tornando-se ao mesmo tempo um deus funerário, taumatúrgico e ligado ao ciclo da fertilidade. Nesse diadema, Serápide aparece com os traços típicos da iconografia divina de padrão grego: uma densa barba e uma longa cabeleira e veste o manto sobre o quitão. As duas pequenas efígies sobre os capitéis nas laterais representam a deusa Ísis, outra divindade de origem egípcia que, como Serápide, foi difundida no império romano.

 

 

fonte: Coleção Folha. Grandes Museus do Mundo. Texto. Silvia Einaudi. Museu Egípcio  do Cairo

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