A escultura encontrada dentro de um pequeno naos em calcário, representa a família do anão Seneb, responsável pelo guarda-roupa do faraó e adepto do culto funerário dos soberanos Quéops e Djedefra, que são citados nas cártulas na inscrição hieroglífica. Seneb está sentado em uma espécie de banco com apoio para os pés, ao lado da esposa sacerdotisa que o abraça com carinho em um gesto que indica os cuidados da esposa em relação ao marido cujo corpo é deformado. O nanismo de Seneb, longe de ser disfarçado, é mostrado com realismo e sábio equilíbrio formal, representando o homem em posição de escriba, com os dedos curtos e a cabeça desproporcionalmente grande. Essa escolha revela-se decididamente feliz no tratamento do conjunto, pois permite colocar todo o núcleo familiar em uma moldura ideal, onde as pernas do anão são substituídas pelas imagens de seus dois filhos. As crianças, nuas e com o dedo na boca, um típico comportamento infantil, funcionam metafóricamente como o apoio ao pai, verdadeiro fulcro de toda a composição, cuja anomalia física torna-se a inspiração para uma busca original de harmonia. O resultado final é uma obra que, graças à habilidade do escultor, emana uma atmosfera de prazerosa serenidade, claramente expressa pelo doce sorriso esboçado nos lábios da esposa, que parece tornar a deformação física de Seneb menos penosa.
Escultura de Seneb e sua família
fonte: Coleção Folha. Grandes Museus do Mundo. Texto Silvia Einaudi. Museu Egípcio Cairo.
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