Numa convenção de artistas realizada em 1985, “As Meninas ou a Família de Filipe IV”, de Diego Velázquez, foi eleito o “maior quadro do mundo”, por uma considerável , margem de votos. Picasso homenageou essa obra com uma série de 44 variações sobre o tema. Levando ao pé da letra o ditado de Leonardo da Vinci, “O espelho é nosso mestre”, Velázquez tentou se aproximar o mais possível daquilo que via, chegando às vezes a trabalhar anos numa tela.
O quadro é manifestamente um retrato da princesa Margarita aos cinco anos de idade, atendida pelas damas de honra e duas anãs, mas reunindo diversos retratos de corpo inteiro de um membro da corte.
“As meninas”, Diego Velázquez, 1656, óleo sobre tela
Os críticos especulam que Velázquez estava brincando com a idéia da ambiguidade de imagens, ao incluir muitas versões da arte do retrato, até mesmo seu auto-retrato, à esquerda no ato de reproduzir a própria cena no espelho. Tal era sua técnica que todas as imagens parecem igualmente convincentes, tanto as indiretas (reflexos no espelho e quadros dentro do quadro) como as “diretas”.
detalhe: auto-retrato, Velázquez, em as Meninas
“As Meninas” mostra a preocupação de Velásquez com o desenho e a composição. Embora as figuras pareçam agrupadas informalmente, na verdade a composição consiste numa série equilibrada de triângulos superpostos. O pintor usou apenas a metade de baixo da tela para os retratos e encheu o espaço acima com uma gama de luz e sombra para produzir a ilusão de espaço. Verticais e horizontais firmes evitam que o olhar do espectador se perca na sala.
detalhe: Filipe IV e Mariana da Áustria
detalhe: José Nieto, primeiro chefe tapeceiro da rainha, vão da porta
Carol Stickalnd. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno. Coleção Folha. Grandes Museus do Mundo. texto de Daniela Tarabra
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