quinta-feira, 22 de abril de 2010

“Fete Galante”

Depois da morte de Luís XXV, em 1715, a aristocracia trocou Versalhes por Paris, onde os salões das enfeitadas casas urbanas sintetizavam o estilo rococó. A nobreza tinha uma vida frívola, dedicada ao prazer, refletida num tipo de pintura bem característica, a “fete galante”, mostrando jovens elegantemente trajados em brincadeiras ao ar livre. Os quadros de Antoine Watteau (1684-1721), François Boucher (1703-70) e Jean-Honoré Fragonard (1732-1806) assinalam essa mudança da seriedade e da grandiosidade para o fútil e superficial na arte e na sociedade francesa.

Peregrinação a Citera, Watteau, 1717 “A Peregrinação a Citera”, Antoine Wateau

Na “Peregrinação a Citera”, de Wateau, casais românticos brincam numa ilha encantada onde reinam a eterna juventude e o amor. Boucher pintou também pastores e pastoras belamente vestidos entre árvores frondosas, nuvens espessas e ovelhas dóceis. O estilo de Boucher era extremamente superficial. Ele se recusava a pintar a vida, dizendo que a natureza era “verdade demais e mal iluminada”. Seus bonitos quadros de nus em poses sedutoras faziam grande sucesso entre a aristocracia decadente.

BoucherLeda e o Cisne, François Boucher, 1741 – óleo sobre tela 

 

Os quadros de Jean-Honoré Fragonard eram igualmente leves e excessivamente ataviados (adornados). Em seu famoso “O Balanço”, num gesto provocante, uma jovem sentada num balanço atira longe a sandália de cetim enquanto um admirador espia suas calçolas de renda.

O Balanço,  Jean-Honoré Fragonard“O Balanço”, Jean-Honoré Fragonard, 1767 – Óleo sobre tela 

Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.

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