Surgiu como um gênero de pintura nos Países-Baixos pós-Reforma. Embora considerada uma forma inferior em outros lugares, o século XVII foi o período áureo da natureza-morta na Holanda, onde os artistas atingiram um extraordinário realismo retratando objetos domésticos. A natureza-morta era frequentemente emblemática: as pinturas vanitas mostravam símbolos como crânios e velas fumegantes representando a transitoriedade da vida.
Pieter Claesz, Vanitas, óleo sobre madeira, 1645
Os mestres holandeses que lançaram a natureza-morta como um gênero separado se interessavam pelo modo como a luz incidia em diferentes superfícies. A “Natureza-morta” de Heda contrapõe o fulgor mortiço do estanho ao brilho forte da prata e do cristal.
“Natureza-morta”, Heda, c. 1636, óleo sobre madeira
No século XVIII, o pintor francês Chardin difundiu o gênero no sul, concentrando-se em objetos modestos. Pintores do século XIX como Corot, Coubert e Manet usaram a natureza-morta para estudar as qualidades estéticas dos objetos. Cèzanne, os cubistas e os fovistas empregaram esse gênero para experimentações com estruturas e cores, enquanto o pintor italiano Morandi se concentrou quase exclusivamente em naturezas-mortas. Um estilo de pintura trompe l’oeil fotorrealista surgiu nos Estados Unidos com as naturezas-mortas dos irmãos Peale, seguido pelos “enganos” realistas de Harnett e Peto, e chegando a artistas contemporâneos, como Audrey Flack.
Paisagem
Antes do período barroco, as paisagens eram pouco mais que um fundo para o que acontecia no primeiro plano do quadro. Os holandeses consideraram a paisagem merecedora de um tratamento artístico próprio. Em contraste com a França, onde Poussin e Claude se concentraram numa natureza idealizada, os grandes paisagistas holandeses como Aelbert Cuyp, Jacob van Ruisdael e Meindert Hobbema trataram a natureza com realismo, geralmente com um fundo de altas nuvens num céu cinzento.
“Moinho em Wijk-bij-Duurstede”, Ruisdael.
As paisagens de Ruisdael transmitem dramaticidade através do céu tormentoso, das nuvens em movimento e de sol e sombra alternados cortando o horizonte baixo.
O mais versátil pintor de paisagens foi Ruisdael (1629-1682). Embora pintasse detalhes nitidamente definidos, enfatiza grandes espaços abertos de céu, água e campos, usava contrastes dramáticos de luz e sombra e nuvens ameaçadoras para infundir melancolia e sua obra. Essa expansividade e esse humor sombrio o distinguiram das centenas de artistas que trabalhavam em paisagens na época.
Carol Strickland, Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno. imagem:Coleção Folha, Grandes Museus do Mundo.RIJKSMUSEUM. Amsterdã.
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