No século XVII, a França era o país mais poderoso da Europa, e Luís XIV chamou os maiores talentos para glorificar seu reinado com um palácio de inigualável esplendor. Com o advento de Versalhes, a França tomou o lugar de Roma como centro da arte européia (e ocupou esse lugar até a Segunda Guerra Mundial), mesmo tomando como modelo de sua arte as relíquias romanas.
Mestre da Composição
O mais famoso pintor do século XVII, Nicolas Poussin (1594-1665), não trabalhou na França, mas em Roma. Apaixonado pela antiguidade, baseou seus quadros nos antigos mitos e na história de Roma e na escultura grega. A ampla influência da obra de Poussin reviveu o estilo da antiguidade, que veio a ser a influência artística nos duzentos anos seguintes.
Poussin tomou o racionalismo clássico tão a sério que, quando Luís XIII o chamou a Paris para pintar um afresco no teto do Louvre, ele se recusou a seguir o código prevalente dos santos flutuantes. As pessoas não pairam no ar, ele argumentou com uma lógica impecável, perdendo assim a encomenda e voltando às suas amadas ruínas romanas.
“Enterro de Focion”, Poussin, 1648
Entregue às suas próprias motivações, Poussin resolveu pintar no que chamou de la maniera magnífica, conforme suas palavras: “O primeiro requisito mental para todos os outros, é que o tema e a narrativa sejam grandiosos, batalhas, atos heróicos ou motivos religiosos.” O artista devia excluir termos “baixos”. Aqueles que não evitavam o cotidiano, como Caravaggio (que ele detestava), “se refugiavam em (temas inferiores) devido à fragilidade de seu talento”.
A obra de Poussin exerceu enorme influência no curso da arte francesa (e, consequentemente, do mundo) nos dois séculos seguintes porque todos os artistas eram formados no “Poussinismo”, o Classicismo institucionalizado.
Carol Strickland. Arte Comentada, Da Pré-História ao Pós-Moderno.
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