A maior contribuição da Espanha para o mundo da arte foi Diego Velázquez (1599-1660). Extraordinariamente precoce, já na adolescência pintava quadros que demonstravam seu total domínio da técnica. Aos 18 anos, qualificou-se como mestre pintor. Numa visita a Madri, Velázquez fez um retrato com tamanha perfeição que atraiu a atenção do rei. Seu primeiro retrato de Felipe IV agradou tanto ao monarca que ele declarou que dali por diante, somente Velázquez pintaria seus retratos. Aos 24 anos, o artista era o mais prestigiado pintor do país e passaria os trinta anos seguintes pintando para a corte.
Retrato de Felipe IV, rei de Espanha, Diego Velázques
Assim como os retratos de Holbein, os de Velázquez eram obras-primas de realismo visual, mas os métodos espanhóis eram opostos à precisão linear de Holbein. As linhas não eram visíveis; Velázquez criava formas com pinceladas fluídas e, aplicando focos de luz e cor, foi um precursor do Impressionismo.
Diferia da maioria dos artistas barrocos pela simplicidade e objetividade de sua obra. Nunca esqueceu o conselho de seu mestre: “Busque tudo na natureza.” Consequentemente, jamais sucumbiu ao estilo pretencioso clássico salpicado de alegorias. Pintava o mundo como aparecia aos seus olhos. As primeiras pinturas de Velázquez retratavam até as figuras sagradas ou mitológicas como pessoas comuns, desenhadas contra um fundo neutro.
Quer pintasse o rei, quer pintasse um bobo da corte, Velázquez apresentava o modelo com dignidade e sempre com respeito pela realidade. Sua abordagem humanizou a rígida tradição formal dos retratos da nobreza, colocando os personagens em poses mais naturais, sem acessórios exagerados. Apesar de ser um virtuose na técnica, Velázquez preferia a moderação à ostentação, o realismo ao idealismo.
Carol Strickland. Arte Comentada. Da Pré-História ao Pós-Moderno.
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